Blas Rivera e Walter Castro são tango & jazz, sul e norte, sax & bandoneon, ar nos dois instrumentos, um soprado, o outro com fôlego. Esse encontro de gigantes da música argentina é promessa de grande espetáculo para a série “Cristal Jazz”, que a Dell’Arte traz especialmente para o 13º Festival de Inverno de Petrópolis. No Palácio de Cristal, comentrada franca, o espetáculo “Aires de Tango” acontece no sábado, 19 de julho, às 21h. A participação dos bailarinosCecilia Gonzalez (Argentina) e André Carvalho (Brasil) garantem ainda mais brilho.
A abertura fica por conta do grupo Instrumental da Cozinha, de Petrópolis, às 19h30m.
"Na verdade digo que temos um duo de três, porque além do sax, eu também tocarei piano" nos conta da Argentina Blas Rivera, onde está em turnê com este show há um mês. Algumas músicas vêm com sax/bandoneon, outras no piano/bandoneon. Há também solos, mostrando um pouco a história e as andanças dos dois instrumentos.
Walter Castro e Blas Rivera têm muito em comum. Castro estudou com os monstros do bandoneon, Nestor Marconi e Julio Pane. Tocou na Orquestra de Horacio Salgan, que forma com Troilo e Piazzolla a síntese da música argentina. Fez parte do quinteto da grande Adriana Varella e em 1995 entra para o “Quinteto para el Nuevo Tango” de Pablo Ziegler, com quem está até hoje, gravando discos e em turnês européias. Tocou ainda ao lado de Julio Bocca e Liza Minelli.
Blas Rivera foi considerado músico revelação no Festival de Jazz de Montreux, edição 1999. Compositor, saxofonista e pianista, graduou-se pela Universidade de Córdoba, chegou em Berklee College of Music, Boston, onde estudou música para cinema e, posteriormente, completou sua formação no New England Conservatory. Tocou com Pablo Ziegler e com os grandes da Argentina. Seu trabalho autoral tem sido visto em atuações na França, Espanha, Alemanha, Noruega, Islândia, Gracia, Italia, Suíça, Ásia e Indonésia
Em cena com os músicos, os "exilados" dos seus países de origem: da Alemanha, o bandoneon e da Bélgica, o sax. Ambos com passados sacros, desterrados, um para a América do Norte (o sax) e o outro para o Sul, que acabam por se converter nas estrelas do jazz e do tango, respectivamente, depois de passar por portos escuros, bordéis e chegar ao grande público.
A conversação entre ambos, que iniciou Astor Piazzolla (filho de italianos) em 1972 dialogando nestes termos com o saxofonista americano Gerry Mulligan (filho de irlandeses) é reproduzida neste show por Walter Castro e Blas Rivera. Tudo isso vem reforçado de danças tangueras em quatro ou cinco músicas.
O repertório passa por Piazzola, Anibal Troilo, Homero Manzi e músicas do próprio Blas: Años de soledad, La ultima curda, Oblivion, Jacinto chiclana, Flor de lino, Intimo, entre outras.
Cecilia Gonzalez é respeitada bailarina pela comunidade de tango de Buenos Aires. Está desde 1995 no tango. Sua capacidade técnica e de improvisação, combinando movimentos com forte presença, suavidade e sabedoria, a fez trabalhar com os maiores nomes do gênero.
André Carvalho é bailarino contemporâneo com formação na Escola Angel Vianna. Começou no tango em 1995, no Instituto Brasileiro do Tango (IBT), dirigido por Paulo Araújo e depois aprimorou seus estudos com renomados maestros argentinos. É diretor e professor da Casa do Tango na Embaixada Argentina no Brasil.
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