Continuando as comemorações pelo aniversário de d. Pedro II (nascido em 02 de dezembro de 1825), o Museu Imperial/Ibram recebeu o público na última quarta-feira, 05 de dezembro, para uma tarde de celebrações. Dando início à cerimônia, o Museu de Armas Ferreira da Cunha realizou a doação de peças ao acervo do Museu Imperial e, em seguida, aconteceu uma palestra sobre o imperador.
As peças doadas pelo Museu de Armas foram uma espada de Gastão de Orleans, o conde d’Eu, marido da princesa d. Isabel, e um brinquedo de d. Pedro II quando criança, no formato de espingarda. Ambas as peças foram entregas às museólogas do Museu Imperial, Ana Luísa Alonso de Camargo e Aline Maller Ribeiro pelo dono do Museu de Armas, Sérgio Ferreira da Cunha.
“A preservação de objetos históricos é importante não apenas para a preservação da memória, mas também pela capacidade que esses objetos têm de emocionar as pessoas, ao imaginarem as situações em que foram usados. Essas peças estão na minha família há muito tempo, sempre muito bem guardadas. Com a doação ao Museu Imperial, espero que eles possam emocionar também outras pessoas”, declarou Sérgio Ferreira da Cunha.
Segundo o diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Jr., as peças irão engrandecer o acervo da instituição. “A espingarda foi identificada como um brinquedo de d. Pedro II quando tinha nove anos, mas não é apenas um brinquedo, é um objeto de valor simbólico incrível, pois pertenceu ao imperador do Brasil. Já a espada do conde d’Eu foi recebida por ele como homenagem quando deixou o Exército espanhol, mas temos também uma hipótese de que teria sido usada em seu casamento com a princesa Isabel. Ambas as peças serão estudadas pela equipe e essa e outras informações poderão ser pesquisadas”, disse.
Maurício Ferreira ressaltou ainda a importância de doações para instituições como os museus. “Ontem, o Museu Imperial recebeu seu segundo prêmio da Unesco, no Programa Memória do Mundo, com a Coleção Carlos Gomes. Em 2010, o conjunto de documentos sobre as viagens de d. Pedro II havia sido agraciado. E ambas as coleções, declaradas pela Unesco como patrimônios nacionais, foram frutos de doações”, lembrou.
Após as doações, o historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), prof. Dr. Arno Wehling, realizou a palestra “Dom Pedro II: ser imperador no Brasil”. A palestra fez parte da sessão da CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas)/IHGB. O aniversário do imperador é a única ocasião do ano em que a sessão é realizada fora das dependências do Instituto.
A fala abordou não uma biografia de d. Pedro II, mas sua inserção nos quadros da época e na sua função de imperador. “Parto de uma pergunta: no que consistia ser imperador do Brasil na época?”, explicou. Wehling traçou um panorama do momento político e da forma como o governo era estruturado, além de um perfil de d. Pedro II não só como monarca, mas também em sua personalidade.
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