quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MULHERES DE OURO 2013: ELAS LUTARAM E DEIXARAM SUAS MARCAS NA CIDADE

O evento homenageia mulheres, de diversos setores, por suas atuações sociais e ajudaram a escrever um pedaço da história de Petrópolis

Muitas são conhecidas, outras fizeram história e poucos sabem seus nomes, mas o que importa de verdade, é que elas fizeram e fazem a diferença, independente do sexo, mostraram e continuam mostrando que as mulheres podem competir de igual para igual com os homens. Em Petrópolis, o prêmio Mulheres de Ouro 2013, criado e coordenado por Padre Jac, pároco da Catedral São Pedro de Alcântara, elegeu 10 mulheres que se destacaram em diversos segmentos da sociedade.

Dentre elas estão: Dra. Carla Ismael Domenge (médica oncologista), Carmem Felicetti (professora, escritora, membro da APL e 1° mulher a se eleger vereadora em Petrópolis), Catarina Maul (promotora cultural e presidente da Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni), Cláudia Wider (Juíza da 1ª Vara Cível), Cláudia Martins (criadora do Projeto Recicla Tecidos), Cleuza Amaral (promotora de projetos sociais), Gilda Beatriz (Projeto Eficientes e vereadora), Heloisa Schanuel (Ballet Heloisa Schanuel), Irmã Irma Guizzo (Creche São José do Itamarati) e Waltraud Keuper Pereira (presidente da Representação Regional da FIRJAN na Região Serrana).

Todas, de alguma forma, marcaram seus nomes na história da cidade e tiveram um papel de grande relevância social, ajudando e beneficiando muitos petropolitanos. A escolha das Mulheres de Ouro 2013 foi feita pela comissão de eleição composta por: Andréa Kreischer – Grupo Tribuna; Andréa Lopes – Grupo Diário de Petrópolis; Beatriz Vogel – SBT; Cida Garcez – Jornal de Itaipava; Cléo De Marco – TV Vila Imperial; Leila Antunes – Rádio Estrada FM; Olívia Marci – Rede Petrópolis de TV; Carolina Costa – TVCidade; Rosemarie Borde Serafim – Rádio Imperial AM e Vivian Moter – Serra TV.

Rosemarie Borde Serafim, participa da seleção das Mulheres de Ouro desde sua criação há 3 anos, como o próprio padre Jac define, elas faz parte das “10 Mulheres de Ouro da Imprensa Petropolitana” e confessa, “decidir não é fácil, por que nossa cidade é privilegiada com mulheres maravilhosas tendo muitas a eleger com o Ouro”, afirma.

Mas o processo de eleição é difícil. Começa com uma reunião na Sala Paroquial da Catedral onde cada representante indica o nome de três mulheres, com o “ranking” em mãos, Padre JAC jê tem o número das votações. Algumas já estão eleitas neste momento por que já possuem a maioria das indicações. A leitura se faz das mais votadas em diante e, quando há empate, o grupo todo vota na hora em suas preferidas.

“Temos muitas mulheres que poderiam ser citadas até hoje em todas as edições, por isso o peso da responsabilidade de eleger uma e não outra é grande. Mas acho que tudo tem sua hora e o trabalho que é bem realizado, com capacidade e muito amor, tem sempre seu reconhecimento seja agora ou amanhã”, conta Rosemarie.

Dra. Carla Ismael, médica oncologista pertencente ao corpo clínico do Centro de Terapia Oncológica (CTO) e presidente da Sociedade Franco Brasileira de Oncologia, está entre as agraciadas e foi indicada com um número expressivo que a elegeu. De acordo com Rosemarie, “é indiscutível a atuação dela no CTO onde realiza um trabalho brilhante junto as pessoas portadores de câncer, ressaltando sempre a incrível tarefa, própria das mulheres, múltiplas tarefas, várias jornadas como médica, mãe, esposa, filha”.

Esse é o segundo prêmio recebido pela médica em apenas seis meses, o primeiro foi o “Personalidades Petropolitanas” e Dra. Carla não esconde a alegria do trabalho reconhecido. “E uma sensação maravilhosa e um reconhecimento de todo o trabalho como medica, tanto com os meus pacientes com quem adoro conviver, como em relação à Sociedade Franco Brasileira de Oncologia onde sou presidente”, afirma.

A médica participa regularmente de cursos e estudos, não só no Brasil, mas em diversos países, na busca de oferecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes portadores de câncer e, até mesmo, a possibilidade de cura. De alguma forma, ser homenageada por seus trabalhos acaba sendo uma motivação a mais. “Nós médicos precisamos estar sempre atualizados, os congressos de especialidade em nível nacional e internacional são o espaço onde podemos trocar e ver novas resultados de pesquisa, novos medicamentos e experiências. Estou sempre presente em todos os principais congressos, tanto levando nossos resultados como encontrando os colegas lideres mundiais em oncologia para troca de experiências”, conta.

E quando perguntado o que mudaria em seu dia a dia após mais essa homenagem, Dra. Carla é muito discreta, mas não esconde a alegria. “Adoro trabalhar como medica, a especialidade de oncologia e muito gratificante, quando podemos curar doenças ditas “ incuráveis” e estar presente para ajudar no que for possível. Creio que nada mudará minha rotina, apenas trabalharei mais feliz”.

A festa de entrega do título será realizada no Dia Internacional da Mulher, dia 08 de março, às 20h30, no Solar Portugal. Será servido coquetel e jantar. Os ingressos podem ser adquiridos através do telefone (24) 2242-4300 (Catedral) a R$60,00 (sessenta reais). Toda a renda será em prol da Campanha Acolhida e Segurança da Catedral, sendo que parte será utilizada para a instalação de corrimão na escada central e da lateral direita.

O SEXO FRÁGIL MOSTRA SUA FORÇA E ELAS ESTÃO DOMINANDO O MUNDO

Aos poucos, nacional e internacionalmente, grandes mulheres têm registrado seus nomes na história. Quem não se lembra de Zilda Arns? Formada em medicina pela UFPR, em 1959, se especializou em saúde pública, pediatria e sanitarismo, tendo como objetivo salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência familiar. Em 1983 criou a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, D. Paulo Evaristo Arns.

Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1.816.261 crianças menores de 06 anos e 1.407.743 de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para sua transformação social.

Zilda morreu lutando por seus ideais. Estava numa missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país. No dia 12 de janeiro de 2010, pouco depois apresentar uma palestra para alguns religiosos de Haiti, o país foi atingido por um violento terremoto, Dra. Zilda foi uma das vítimas da catástrofe. Ela discursava quando as paredes da igreja desabaram, a médica estava no último parágrafo do discurso, que ela não chegou a terminar, falava da importância de cuidar das crianças "como um bem sagrado", promovendo o respeito a seus direitos e lhes protegendo: "tal qual os pássaros cuidam dos seus filhos".

Em 2011, três mulheres aparentemente “desconhecidas”, dividiram o Premio Nobel da Paz. O Trio lutou pela paz e pelos direitos das mulheres na Libéria e no Iêmen e fizeram a diferença. São elas: a presidente da Libéria,Ellen Johnson Sirleaf, a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman. Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Nobel, argumentou que as laureadas foram "recompensadas por sua luta não violenta pela segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos de paz".

"A esperança do comitê é de que o prêmio ajude a colocar um fim na opressão às mulheres que ainda ocorre em muitos países e a reconhecer o grande potencial para democracia e paz que as mulheres podem representar", disse Jagland.

Primeira presidente mulher

Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005.Economista e mãe de quatro filhos, a "Dama de Ferro", desde sua posse em 2006, contribuiu para garantir a paz na Libéria, para promover o desenvolvimento econômico e social e reforçar o lugar das mulheres.

'Greve de sexo'

A compatriota de Ellen, Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003. Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo" em 2002.Também organizou as mulheres acima de suas divisões étnicas e tribais no país, ajudando a garantir direitos políticos para elas.

Primavera Árabe

Tawakkul Karman, ativista iemenita pró-direitos das mulheres, tem importante participação na chamada Primavera Árabe, movimento pró-abertura democrática que vem sacudindo politicamente vários países do mundo árabe desde o início do ano. Em entrevista à TV Al Jazeera, ela disse que o prêmio é "uma vitória para todos os ativistas iemenitas", mas que a luta pelos direitos continua no país."Nas mais difíceis circunstâncias, tanto antes como depois da Primavera Árabe, Tawakkul Karman teve um papel importante na luta pelos direitos das mulheres, pela democracia e pela paz no Iêmen.

O Nobel é escolhido por um comitê norueguês de cinco membros, apontados pelo Parlamento da Noruega. Geralmente, a tendência é optar pela diversidade dos ganhadores. Até agora, em 111 anos, apenas 12 mulheres haviam recebido o Nobel da Paz.

SERVIÇO
Mulheres de Ouro 2013
Data: 08 de Março de 2013 - “Dia Internacional da Mulher”
Horário: 20h30
Local: Solar Portugal
Rua general Rondon, 715
Quitandinha – Petrópolis/ RJ
Ingressos: R$60,00 - pelo telefone 2242-4300 (Catedral)

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