terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SEGUNDO ESTUDOS DA FIRJAN, FALTA DE INVESTIMENTOS NA BR-040 PODE GERAR PREJUÍZOS

Números divulgados pela FIRJAN mostram que acidentes geraram custo de R$ 158 milhões só nos últimos cinco anos

A falta de investimentos na Serra de Petrópolis, trecho que concentra o maior volume de veículos da Rodovia Washington Luiz, pode gerar um prejuízo superior a R$ 1,6 bilhão com o aumento do número de acidentes até 2021. O dado consta na nota técnica “O alto custo dos acidentes nas serras das Araras e de Petrópolis e na Ponte Rio-Niterói”, divulgada pelo Sistema FIRJAN nesta terça-feira, dia 15.

A pesquisa mostra que o volume de veículos que passaram pelos 21 quilômetros da Serra de Petrópolis, considerada o maior gargalo da rodovia, cresceu 25,4% nos últimos cinco anos. O trecho, por onde circula grande parte das cargas industriais e do agronegócio exportadas por Minas Gerais, deverá fechar 2012 com movimentação média de 26,6 mil carros/dia, contra 21,2 mil veículos/dia observados em 2008. Sem capacidade adequada para suportar tamanho crescimento - as pistas foram construídas há seis décadas - o resultado desse aumento é um número cada vez maior de acidentes.

Entre 2008 e 2012 foram mais de 3.200 acidentes, com saldo de 861 feridos e 43 mortos. Considerando a metodologia e os valores base adotados pelo Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (DNIT), é possível calcular o custo acumulado para o país: R$ 158,2 milhões, dos quais R$ 48 milhões ocorrerão somente em 2012.

Ao analisar as perspectivas para os próximos anos, os especialistas do Sistema FIRJAN mostram preocupação: a indefinição sobre a obra da BR-040 e sua não realização levará essa situação a se agravar ainda mais, e com velocidade crescente. As projeções apontam que, em 2021, o volume de tráfego terá crescido 71,7% em relação a 2012, atingindo 45,7 mil veículos/dia. Já o número de acidentes deverá crescer 124,9% frente a 2012, atingindo 1.858 ocorrências no ano, equivalente a mais de cinco acidentes/dia. Em 2021 o custo dos acidentes se aproximará dos R$ 400 milhões, sendo que o acumulado desde 2012 ultrapassará R$ 1,6 bilhão - mais que o dobro do investimento previsto para a construção da nova pista de subida da serra, orçada em R$ 750 milhões.

Prejuízos também na BR-116 e na Ponte Rio-Niterói

A pesquisa chama atenção também para o alto custo dos acidentes na BR 116 (Rodovia Presidente Dutra), na Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói). A Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre os dois maiores centros industriais brasileiros, que concentra quase 50% do PIB nacional, tem seu maior gargalo nos nove quilômetros da Serra das Araras. Projeções indicam que, até 2021, o número de veículos na rodovia crescerá 55,8% em relação a 2012, superando 39 mil veículos/dia, a maior parte sendo caminhões e carretas.

O resultado da combinação entre pista inadequada e aumento do tráfego será o aumento do número anual de acidentes, que deverá crescer 128,1%, passando de 513 para 1.170 até 2021. Com isso, o custo com os acidentes poderá chegar a mais de R$ 430 milhões no período.

Já na Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), principal ligação da cidade do Rio de Janeiro com Niterói, o Leste e Norte Fluminense e com a região Nordeste do Brasil, estimativas do Sistema FIRJAN apontam para um volume de tráfego superior a 115 mil veículos/dia em 2021, crescimento de 47,9% em relação a 2012. Se as obras não forem realizadas, deverão acontecer mais de 1.600 acidentes. O custo acumulado dos acidentes entre 2012 e 2021 se aproximará de R$ 750 milhões.

De acordo com a nota técnica, o PAC da Infraestrutura prevê investimentos de R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias no horizonte de 25 anos, dos quais R$ 42 bilhões serão destinados a novos programas de concessões rodoviárias. O anúncio foi bem recebido pelo setor produtivo, que reconhece na medida a intenção do governo de aumentar a competitividade nacional atacando um dos principais itens do chamado Custo Brasil: a deficiência da infraestrutura logística.

Tal medida, porém, surpreendeu ao focar exclusivamente em novas concessões, ignorando os problemas atualmente existentes em rodovias já concedidas e que precisam de rápida solução. Saiba mais: Veja nota técnica “O alto custo dos acidentes nas serras das Araras e de Petrópolis e na Ponte Rio-Niterói” no site do Sistema FIRJAN, o www.firjan.org.br.

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