segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE DOM GREGÓRIO PAIXÃO BISPO DE PETRÓPOLIS

UM AMOR EXTRAORDINÁRIO, INDIZÍVEL, SEM LIMITES
Dom Gregório Paixão, OSB
Bispo da Diocese de Petrópolis

Muitos são os mistérios que nos cercam. Um, me parece, está acima de todos: Deus se fez homem. E nós sabemos que Jesus, o Verbo encarnado, é a palavra decisiva do Pai. Ele habitou entre nós para experimentar nossas dores e alegrias, nossas derrotas e nossas vitórias. Nos ensinou a carregar o peso uns dos outros, para que nós nos reconheçamos como irmãos uns dos outros. O mal e a morte serão vencidos, porque um Filho nos foi dado... e o seu nome é Emanuel, Deus conosco.

E certo: Deus quer salvar a humanidade em Jesus, contando com a participação de todos os homens e mulheres. Somos nós, portanto, os colaboradores deste novo Natal, que se atualiza à medida que assumimos, em nossa história, o que nos ensinou o Filho de Deus. Sem medo, como o Anjo ensinou a Maria (Lc 1,30) e a José (Mt 1,20), devemos tomar como nosso o vigor do anúncio, pois Aquele que veio a nós deseja salvar a humanidade com a nossa participação.

Nosso Natal não pode ser encarado como uma novidade, nem como uma simples lembrança. Ele é sempre atual e recorda-nos o tempo que se chama hoje. Frente ao Menino que nasce numa manjedoura porque não teve onde ficar; sua palavra nos instrui: “Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes (...). Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (cf. Mt 25,31-46).

O Natal cristão, portanto, só se explica por amor: um amor extraordinário, indizível, sem limites. Deus entrega-nos a sua divindade e recebe a nossa humanidade para Se colocar ao nosso serviço. Muitas vezes fomos renitentes à salvação. Não poucas vezes, proibimos que Deus entre até ao mais íntimo recanto das nossas vidas. Por isso, foi custoso para Jesus desde o início. Fecharam-se-lhe todas as portas. Teve que nascer fora da povoação, no meio de animais. Veio com toda a sua boa vontade, cheio de verdade, de vida, de luz, de solidariedade..., mas não foi recebido por muita gente: “Ele veio para o que era seu, e os seus não O acolheram” (Jo 1,4-5).

Neste Natal, Deus quer fazer novas todas às coisas, tornando visíveis os irmãos que insistimos em não enxergar. Sim! Deus assumiu nossa história e nos ensinou tudo o que precisamos saber para colaborarmos na implantação do seu Reino, que não é outro, senão, de justiça, de amor e de paz.

Assim pensando, abramos o nosso coração, a fim de que a Palavra de Deus faça a sua morada no interior de cada um de nós, na nossa casa, no meio dos nossos vizinhos, no meio da nossa terra. Criemos condições para acolher mais e melhor a presença de Deus e do seu Evangelho. Deus chega à nossa porta e toca a campainha. Quer visitar-nos em pessoa... está com saudade de nós... Ele já nos encontrou... Ele é nosso Salvador. Mas Jesus não pode ser Salvador de nada nem de ninguém, se colocarmos o nosso interesse e a nossa confiança em outros "salvadores".

Eis que uma criança já se anuncia; dentro de Maria o Céu conosco está. Vamos esperar que o Senhor virá, o libertador já vem.

Para você, meu querido irmão e irmã da Diocese de Petrópolis, peço as mais copiosas bênçãos do Céu, e envio-lhe os votos de um Feliz Natal.

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