quarta-feira, 7 de agosto de 2013

HÉRNIA DE DISCO: COMO TER UMA VIDA SAUDÁVEL LONGE DAS DORES

A fuga do sedentarismo aliada a uma rotina de atividades físicas adequadas pode ser a solução

Quem nunca sentiu aquela dorzinha nas costas após um esforço ou um gesto mal feito? Cuidado, você pode estar sofrendo de hérnia de disco. Essa é uma das doenças que mais causam dores, ela possui diversas variações e a dor é responsável por comprometer a qualidade de vida dos portadores, com limitação de atividades simples do dia-a-dia. Caracterizada pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais que acabam por comprimir os nervos da coluna, a hérnia de disco, não atinge necessariamente pessoas mais velhas, qualquer adulto pode ter.

Para entender melhor os mecanismos de cada tipo de hérnia de disco, é preciso saber que o disco intervertebral age como um amortecedor entre os ossos da coluna. Ele é formado por uma camada externa de cartilagem mais resistente que envolve o centro formado por uma cartilagem mais macia. Quando o disco sai da sua posição normal, a parte que “sobra”, é chamada de protusão, o que causa a dor. A hérnia de disco extrusa, por outro lado, ocorre quando há uma ruptura na camada mais rígida e externa do disco, possibilitando que alguma porção da parte de cartilagem mais interna e mais macia fique para fora.

“A hérnia de disco é uma patologia da coluna vertebral relacionada ao deslocamento da parte interna do disco intervertebral para fora de seu lugar. De uma forma mais simples, a hérnia de disco ocorre quando todo, ou parte de um disco da coluna é forçado a atravessar uma parte mais fraca do disco. Isso gera pressão nos nervos vizinhos”, explica a fisioterapeuta Dra. Alessandra Ignácio, responsável pelo Spa do Corpo Studio Pilates e RPG.

O diagnóstico pode ser feito em conjunto com o médico e o fisioterapeuta. A hérnia de disco está relacionada ao sobrepeso e atinge pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que crianças, jovens e idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois dos 50 anos, 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse tipo de afecção na coluna. O histórico do paciente e um exame físico cuidadoso e detalhado, quase sempre é o primeiro passo para diagnosticar a hérnia de disco, que também pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como Raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.

Dentre as principais causas estão o esforço exagerado em flexão, carregar peso de forma irregular, obesidade, fraqueza muscular, traumas, deformidades, idade, sedentarismo e até depressão, além da predisposição genética, que é a de maior importância para a formação de hérnias discais, seguida do envelhecimento, da pouca atividade física e do tabagismo. “Carregar ou levantar muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que dá sustentação à coluna vertebral e favorecer seu aparecimento”, afirma Dra. Alessandra.

A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico, considera a gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do nervo exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito mecânico a dor desaparece completamente.

Para a fisioterapeuta, com o tratamento tradicional aliado a mudanças nos hábitos e a realização de atividades físicas, é possível superar a doença. “As hérnias de disco localizadas na coluna lombar, em geral, respondem bem ao tratamento clínico conservador. O quadro reverte com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios e se a pessoa fizer um pouco de repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura. Em geral, em apenas um mês, 90% dos portadores dessas hérnias estão aptos para reassumir suas atividades rotineiras”.

Para melhorar a qualidade de vida do portador, muitos especialistas recomendam a prática de exercícios físicos. Dentre os mais indicados, está o Pilates, considerado completo, ele oferece condicionamento físico e mental, abrangendo todo o corpo e sem oferecer restrições. “Não pretendemos curar todos os casos de Hérnia, pois o diagnostico e a conduta terapêutica desta disfunção depende de vários critérios; portanto, é mais um caminho em busca da cura.

O Pilates fortalece, equilibra e alonga a musculatura da coluna vertebral, trazendo um maior alinhamento e, em determinados casos, diminuindo as tensões existentes, gerando o alívio de pinçamentos e compressões dos discos, o que estimula a circulação na região”, conta a fisioterapeuta que atende diversos pacientes com essa patologia.

O Pilates promove a estabilização da hérnia de disco, possibilitando uma vida saudável e sem dor. O método se fundamenta, entre outros, nas forças centrais do corpo – CORE – que inclui o complexo lombar pélvico dos quadris, ou seja, os grupos musculares centrais vão absorver grande parte do impacto, estabilizando, sobretudo, as articulações da coluna. “A técnica restabelece os espaços intervertebrais através do fortalecimento e alongamento dos grupos musculares, resultando em uma maior proteção dos discos intervertebrais e alinhamento da postura adequada. Desta forma, os sintomas que tanto incomodam tem uma melhora significativa, possibilitando as práticas das atividades da vida diária e profissional de forma satisfatória e segura”.

Dentre os exercícios que mais auxiliam na recuperação, estão os que seguem os princípios básicos do método, como a contração dos músculos abdominais associado à respiração, que proporcionam a estabilização da coluna lombar e, consequentemente, a diminuição da dor. Para Dra. Alessandra, “não é à toa que a técnica cada vez mais cresce no Brasil e vem sendo utilizada não só como condicionamento físico, mas também com fim terapêutico, pois fortalece o abdômen, principalmente o transverso, alongam a cadeia posterior ou outros músculos encurtados, além daqueles que favorecem a uma tração da coluna”.

Os exercícios realizados através do método de Pilates vão melhorar a força, flexibilidade e elasticidade dos músculos do quadril e cintura escapular. Os exercícios também reforçam as assimetrias posturais reduzindo o desgaste na coluna e da dor que ela causa.

Principais Sintomas: A dor lombar ou no pescoço pode ter sensações bem diferentes. Pode ser formigamento suave, dor surda ou dor com queimação ou pulsante. Em alguns casos, a dor é tão forte que você não consegue se mexer. O paciente também pode sentir dormência.

- A dor da hérnia de disco ocorre mais frequentemente em um lado do corpo
Com uma hérnia de disco na região lombar, o paciente vai poder sentir uma dor aguda em uma parte da perna, quadril ou nádegas, e dormência em outras partes. Você também pode sentir dor ou dormência na parte posterior da panturrilha ou na planta do pé. Pode ainda haver fraqueza nessa mesma perna.

Com uma hérnia de disco no pescoço, talvez você sinta dor ao mover o pescoço, dor profunda próxima à escápula, ou sobre ela, ou dor que se irradia para o braço, antebraço ou dedos (raramente). Você também pode sentir dormência nos ombros, cotovelo, antebraço e dedos.

-A dor da hérnia de disco em geral começa gradualmente e pode piorar:
depois de ficar em pé ou sentar;
durante a noite;
ao espirrar, tossir ou rir;
ao se dobrar para trás ou andar mais do que alguns metros;

-Você também pode sentir fraqueza em certos músculos:
Às vezes, você pode nem perceber até que seu médico o examine. Em outros casos, pode ser difícil levantar a perna ou o braço, ficar na ponta de um dos pés, apertar forte com uma das mãos ou outros problemas.

Em geral, a dor, a dormência ou a fraqueza provocada pela hérnia de disco desaparecem ou melhoram muito em um período de semanas a meses.

Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas no Spa do Corpo Studio Pilates e RPG com a fisioterapeuta Dra. Alessandra Ignácio no Bauhaus Expansão à Rua Nelson de Sá Earp, nº 95 sala 119, Centro – Petrópolis/ RJ, através do site www.spadocorpopilates.com.br ou do telefone (24) 2237-4243.

FIQUE ALERTA COM OS CUIDADOS PARA EVITAR A HÉRNIA DE DISCO

1. Mantenha o peso e evite sobrecargas na coluna: A dor nas costas é chata, incômoda, começa na coluna, mas pode irradiar para as pernas e até mesmo para os braços. Segundo a Associação Médica Brasileira, cerca de 80% das pessoas vão apresentar dor lombar em algum momento da vida. A grande maioria consegue perceber a melhora dos sintomas depois que é resolvida a causa ou cessa o processo inflamatório. Mas, aproximadamente 2% acabam desenvolvendo transtornos degenerativos do disco vertebral, como a hérnia de disco.

2. Mantenha a postura: Manter o corpo alinhado é uma forma de prevenir hérnias. Sempre que mantemos uma postura inadequada sobrecarregamos nossa coluna, fazendo com que os discos intervertebrais sofram cargas anormais. É essa pressão a responsável pelo rompimento do disco, que vai ocasionar a hérnia.

3. Atenção aos sintomas: Um dos sintomas mais comuns da hérnia de disco é o formigamento, com ou sem dor, na região da coluna. As dores serão mais comuns nos membros superiores, quando a hérnia for cervical, e nos membros inferiores, se a hérnia for lombar. Também pode haver alteração da temperatura do membro (que ficará quente ou frio), sensação de cansaço e dificuldade para calçar o sapato (devido à fraqueza dos dedos do pé, principalmente o dedão).

4. Não abuse do salto alto: Não há nenhum estudo científico que relacione diretamente o uso do salto ao aparecimento de hérnias. Porém, ao calçar um sapato de salto muito alto, há um aumento da curvatura natural da coluna lombar, gerando uma hiperlordose.

5. Fique de olho na balança: O controle do peso, dentro do IMC saudável, pode prevenir que a coluna sofra com as sobrecargas. Os músculos da barriga e das costas são responsáveis por proteger a coluna, mas quanto maior for o sobrepeso, menor será essa proteção, deixando todo o peso do corpo a cargo da coluna.

6. Cuidado ao carregar peso: Uma carga de 20 kg, por exemplo, carregada eventualmente, não provocará danos, necessariamente. Mas se essa carga for carregada por um tempo prolongado ou rotineiramente, como ocorre em algumas profissões, provavelmente vai machucar o disco intervertebral. Por isso, a recomendação é que ao carregar bolsas e mochila, elas não ultrapassem mais do que 10% do seu peso.

7. Pare de fumar: As substâncias tóxicas presentes no cigarro provocam a diminuição dos vasos que nutrem o disco intervertebral. Assim, o disco vai receber menos nutrientes transportados pelo sangue.

8. Faça exercícios com orientação de profissionais especializados: Os exercícios físicos dedicados à coluna devem sempre ser orientados por fisioterapeutas ou educadores físicos. Exercícios realizados sem qualquer tipo de orientação podem causar lesões geradas pela associação de posturas erradas, levantamento de pesos e sobrecarga sobre músculos e articulações. Os exercícios são os principais aliados. È importante estabilizar a musculatura do abdômen e coluna, através de exercícios de fortalecimento e alongamento. Outro ponto que merece atenção refere-se aos músculos na parte de trás das pernas. Eles também precisam de alongamento para proteger a coluna.

9. Evite movimentos repetitivos com sobrecarga: Para proteger o disco intervertebral, os movimentos repetitivos de flexão e extensão da coluna com sobrecarga e sobrepeso devem ser evitados. Além desses, os movimentos de rotação de tronco também exigem cuidados. Por isso, tome cuidado ao pegar algo que caiu no chão ao lado da sua cadeira, ação que associa esses dois movimentos. A forma correta de fazer o movimento é levantar da cadeira para depois abaixar, sempre dobrando os dois joelhos e mantendo a coluna reta.

10. Informe-se sobre sua genética: Existem pessoas que estão geneticamente mais propensas a desenvolver hérnias de disco. Nesses casos, o disco não consegue reter água e, com isso, pode se machucar com mais facilidade, vários genes ajudam na construção do disco intervertebral e, atualmente, está sendo estudada a ação deles na formação desses discos.

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