O Desafio Internacional entre Brasil e México vai movimentar o basquete em cadeira de rodas neste mês de novembro. A partida, marcada para o dia 23, às 11h, no ginásio da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), terá transmissão ao vivo pelo canal SporTV. O evento, que conta com o apoio da Prefeitura de Petrópolis, tem o patrocínio da Unimed e Seguros Unimed e integra o projeto Atitude no Esporte, cujo objetivo é divulgar e dar visibilidade a esportes olímpicos e paraolímpicos.
Petrópolis foi escolhida para sediar o jogo devido ao sucesso da 10ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em outubro, que teve como tema Ciência, Saúde e Esporte e trouxe para a cidade muitos desafios e atletas paraolímpicos. “Ficamos contentes, pois estamos às vésperas da olimpíada e da paraolimpíada e o Desafio Internacional vai mostrar para todo o Brasil que nós temos estrutura para receber as delegações e promover jogos importantes”, comemorou o secretário de Ciência e Tecnologia, Airton Coelho.
Para buscar a vitória, o Brasil entrará em quadra com uma equipe que mescla experiência e juventude. Entre os veteranos está o armador Everaldo Lima, de 40 anos, natural de Jaboatão dos Guararapes (PE), que começou a jogar basquete há 20 anos e disputou os Jogos Paraolímpicos de Pequim-08. Vítima de poliomielite na infância, Everaldo, que atualmente defende o Clube do Amigo dos Deficientes (CAD), de São José do Rio Preto (SP), espera um confronto equilibrado com os mexicanos.
“A partida deverá ser bem difícil, enjoada. O México conta com um grande time, é uma seleção com tradição na modalidade e está bem entrosada”, avalia Everaldo, que confessa ter tido medo quando começou a praticar a modalidade. “É um jogo de muito contato e as cadeiras de antigamente não davam estabilidade”, recorda-se o jogador.
Já o caçula santista Dwan Santos, de 20 anos, que nasceu com osteose espinha bífida, causada por má formação congênita, e chegou a ser avaliado por médicos americanos por ser uma doença pouco conhecida na época, quer fazer sua estreia em uma competição adulta. Devido à doença, usou carrinho de bebê para se deslocar até os 12 anos de idade, quando adotou a cadeira de rodas. O basquete bateu à sua porta somente há dois anos, após sua mudança para Goiânia, mas já rende títulos. Ele acaba de ser campeão da Copa América Sub-21, em Buenos Aires. Agora o ala-armador torce para ter uma boa oportunidade na seleção principal.
“É um período de renovação e tenho sido bem acolhido pelos companheiros”, diz Dwan, que tem como ídolo o canadense Patrick Anderson, melhor jogador de basquete adaptado do mundo. Com o segundo grau completo, quer fazer faculdade de Ciências da Computação ou Administração de Empresas.
“Sempre procurei ter uma vida normal e, ainda moleque, jogava bola na rua me apoiando nas mãos. A seleção adulta é mais um desafio”, diz.
Brasil e México se enfrentaram pela última vez na Copa América adulta, disputada em agosto, na Colômbia. Na ocasião, logo no jogo de estreia, os brasileiros levaram a melhor e venceram por 79 a 76. No entanto, o México terminou a competição em terceiro lugar e garantiu a vaga para o Mundial da Turquia, em 2014. Já o Brasil, que ficou em quinto, aguarda um convite da Federação Internacional para disputar a competição do ano que vem. Apenas os quatro primeiros garantiram a vaga.
Outros eventos
Depois do Desafio Brasil x México no basquete em cadeira de rodas, outros eventos do projeto Atitude no Esporte estão programados em 2013: o Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade (olímpico e paraolímpico), de 28 de novembro a 1° de dezembro, na capital paulista; e, encerrando a programação, o Prêmio Atitude no Esporte, dia 16 de dezembro, no Rio de Janeiro, um reconhecimento ao desempenho dos atletas olímpicos e paraolímpicos na temporada.
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