Composta por 2,7 milhões de alunos do Ensino Fundamental, a rede pública de educação do Estado vai passar a direcionar os estudantes no início do ano letivo para exames médicos. O objetivo é detectar patologias que requeiram acompanhamento médico permanente, dietas especiais e avaliar se os estudantes estão aptos para a prática esportiva. O projeto de lei estabelecendo a regra é do deputado Bernardo Rossi (PMDB) que pediu urgência na tramitação para que, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), ele já passe a vigorar em 2014. Também tramita da Alerj proposta do deputado petropolitano prevendo a merenda diferenciada para diabéticos.
A meta é que os alunos sejam encaminhados para exames médicos nos postos e hospitais próximos às suas casas. A lei determinará que o trabalho seja realizado em parceria entre as secretarias estadual e municipal de Saúde. Exames particulares, no entanto, também poderão ser enviados às escolas pelos pais e responsáveis pelas crianças.
“Uma bateria simples de exames pode detectar diiabetes, hipertensão, doença celíaca, alergia à lactose e obesidade. Dietas específicas devem ser oferecidas a estes alunos assim como o acompanhamento médico passará a ser permanente. É muito comum que doenças não detectadas interferiram no rendimento escolar. Elas podem passar despercebidas aos olhos dos pais. Essas avaliações periódicas vão garantir o atendimento adequado e com segurança", defende Bernardo Rossi.
Diagnosticada a patologia, o aluno deve ser encaminhado a um profissional de nutrição. A dieta prescrita deve ser seguida pela escola, mas os pais ou responsáveis pelo estudante também vão assinar um termo de responsabilidade de comprometimento com o tratamento. Bernardo Rossi também já propôs, na forma de projeto de lei, merenda diferenciada para estudantes diabéticos, celíacos e hipoglicêmicos na rede pública. Uma das maiores preocupações é com a epidemia de obesidade infantil principal doença a desencadear a diabetes nos jovens.
No Estado do Rio, ela atinge 10% de uma população de cerca de 3 milhões de pessoas de 0 a 12 anos. O ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), referência nacional, atende por ano 700 crianças até 12 anos em tratamento contra a obesidade. É uma doença crônica que desencadeia múltiplas complicações como a diabetes e pressão alta.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 155 milhões de jovens apresentam excesso de peso em todo o mundo. No Brasil, a doença cresceu aproximadamente 240% nos últimos 20 anos.
“Os números referentes a diabetes também impressionam. A doença, em 10 anos, causou a morte de 479 mil pessoas no Brasil. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de diabéticos do tipo 2 no Brasil irá aumentar dos mais de 13,4 milhões atuais para 19,6 milhões em 2030 – um crescimento de 58% em apenas 20 anos. Prevenindo a obesidade infantil e oferecendo a merenda diferenciada conseguiremos garantir a saúde dos jovens", completa Bernardo Rossi.
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