O Museu Imperial receberá a doação de fragmentos dos trajes com os quais os imperadores d. Pedro I e d. Leopoldina foram enterrados. O anúncio foi feito pela historiadora e arqueóloga Valdirene Ambiel nesta sexta-feira, 1º de março, em entrevista coletiva no Museu.
Serão doadas partes do manto da imperatriz – também utilizado por ela na cerimônia de coroação do marido – e do traje do imperador, bem como o salto de sua bota. As peças são resultado da pesquisa de mestrado de Valdirene, que exumou os corpos de d. Pedro I e das duas primeiras imperatrizes do Brasil, d. Leopoldina e d. Amélia.
“Nós retiramos esses fragmentos para análise e uma parte ‘sobrou’. Eu queria doar a uma instituição pública para ser pesquisado e preservado e escolhi o Museu Imperial, que, além de uma instituição de pesquisa, funciona na antiga casa do filho de d. Pedro I e d. Leopoldina”, destacou a pesquisadora. Ela complementou que, no caso de d. Amélia, o fragmento retirado foi muito pequeno e, por isso, foi todo utilizado nas análises.
O diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Jr., ressaltou a importância da doação e do simbolismo das peças. “O salto da bota de d. Pedro I é emblemático porque, durante seu período como imperador do Brasil, ele sempre fez questão de ser retratado como um cavaleiro. Não há imagens do imperador em que ele não apareça calçando botas. No caso de d. Leopoldina, ela foi enterrada com o mesmo traje usado na coroação do marido”, lembrou.
Maurício Ferreira afirmou ainda que, em primeiro lugar, as peças serão higienizadas e pesquisadas pela equipe do Museu Imperial. Em seguida, serão expostas ao público.
Outra novidade anunciada durante a coletiva foi a publicação, pelo Museu Imperial, da dissertação de mestrado de Valdirene. “A professora utilizou a documentação do Museu para embasar sua pesquisa e, com essa publicação, nós também cumprimos nossa missão de divulgar nosso acervo”, disse.
No evento, Valdirene explicou ainda sobre sua pesquisa e como foi feita a exumação dos corpos. “Meu primeiro objetivo era preservar os remanescentes humanos e os artefatos que se encontravam na cripta, pois sempre me preocupou o fato de a umidade da capela imperial [no Monumento à Independência, pertencente ao Museu da Cidade de São Paulo, onde estão os corpos poder prejudicar a conservação. Mas consegui também que eles fossem pesquisados”.
A pesquisadora fará uma palestra neste sábado, 02 de março, no Museu Imperial. Contudo, os ingressos, que eram gratuitos e precisavam ser retirados na bilheteria do Museu, já estão esgotados.
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