Palestra ensina como melhorar o desempenho tributário das indústrias respeitando a legislação vigente
O Sistema FIRJAN, por meio do Movimento Sindical, em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), promoveu no dia 28 de fevereiro um curso para explicar o sistema tributário brasileiro. Na apresentação, feita na sede da Representação Regional da FIRJAN/CIRJ na Região Serrana, o contador Alexandre Andrade, consultor da CNI, revelou aos empresários como é possível melhorar o desempenho tributário das indústrias, respeitando a legislação vigente.
Segundo o consultor, só há uma maneira de pagar menos tributos: conhecendo e analisando, a fundo, o sistema tributário. “Só assim o empresário poderá vislumbrar a melhor maneira de apurar e recolher os tributos aos quais sua indústria está sujeita”, diz, lembrando que a complexidade do sistema tributário brasileiro atrapalha a da competitividade das indústrias do país. “São inúmeros impostos, contribuições e taxas, que sobrecarregam o custo da produção, afetando diretamente a competitividade dos nossos produtos. Além disso, há ainda a complexidade na apuração dos tributos, que exige um alto custo operacional”, destaca.
Alexandre diz que muitas vezes, ao escolher o regime tributário que vai seguir – Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real – o empresário se lança em um “voo cego”. “Com o curso esperamos dar a eles informações importantes para que saibam fazer essa opção não por palpite, mas porque é, de fato, o regime mais vantajoso para seu negócio. Só compreendendo isso eles poderão se juntar ao Movimento Sindical em busca da redução da carga tributária e simplificação do sistema”, explica o consultor.
Presidente da Representação Regional da FIRJAN/CIRJ na Região Serrana, a empresária Waltraud Keuper Rodrigues Pereira lembrou que a carga tributária é, hoje, fator que impede a competitividade da indústria nacional. “Os empresários investem em inovação, apostam na qualificação de mão-de-obra e mudam processos, mas, na hora de competir com indústrias de fora, perdem por conta da alta carga tributária”, lamenta ela, que considerou o curso importante principalmente pela mobilização. “Ver os empresários unidos, debatendo sobre a questão tributária, é um grande passo. Juntos temos muito mais força”, considera.
De acordo com Alexandre Andrade, estudos mostram que empresários dispendem cerca de 2.600 horas por ano para resolver questões burocráticas, a maior parte delas relativas às questões tributárias. “É tempo e energia que deveria ser empregada no processo produtivo, ou seja, desperdício”, lamenta.
Ana Carolina Campos, diretora administrativa da Pifer, empresa do ramo ferroviário sediada em Três Rios, diz que a capacitação nessa área é de vital importância para todos os empresários. “Hoje o serviço de contabilidade é um instrumento de gestão, que influencia diretamente na competitividade da indústria”, diz ela, lembrando que as sucessivas mudanças na legislação tornam ainda mais importante cursos específicos sobre o sistema tributário.
Diretor-presidente do Grupo Tribuna, que mantém um jornal, uma rádio e uma gráfica, Francisco de Orleans e Bragança concorda que há mudança do perfil do contador. “A grande maioria dos empresários vê o contador como inimigo. Ele fica o tempo todo ali, te dizendo que você tem que pagar isso, pagar aquilo. Precisamos pensar além disso, trazê-lo para o desenvolvimento das estratégias da empresa. Entender as muitas variáveis do sistema tributário nos faz encontrar alternativas e nos permite entender melhor o preço que pagamos pela burocracia do nosso país. Temos que brigar por mudanças”, considera.
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