segunda-feira, 20 de julho de 2009

BLITZ CONSTATA QUE ÁGUA É IMPRÓPRIA PARA CONSUMO



O vereador Thiago Damaceno (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, participou de uma ação conjunta realizada na manhã desta sexta-feira (17), pelas Comissões de Saúde e Meio Ambiente, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que constatou diversas irregularidades na Estação de Tratamento de Água de Pedro do Rio, administrada pela concessionária pública Águas do Imperador. A fiscalização teve como objetivo apurar as denúncias feitas pelos moradores da região, que reclamam da qualidade da água oferecida pela empresa.


Ao lado do deputado estadual Átila Nunes (DEM), presidente da Comissão de Saúde da Alerj e do deputado estadual André Lazaroni (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, Damaceno observou o trabalho feito pelos técnicos das Comissões de Saúde, Meio Ambiente, Inea e da Vigilância Sanitária Estadual, que inspecionaram os dois mananciais que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Pedro do Rio, além de acompanharem todo o processo do tratamento feito.

As irregularidades começaram a aparecer quando os técnicos visitaram o segundo manancial. Barragem com grades enferrujadas, fiação elétrica exposta e gambiarras de luz foram alguns dos problemas detectados. Além disso, todo o sistema de tubulação utilizado para bombear a água do manacial para estação apresenta indícios que mostram uma recente substituição.

O vereador observou que as instalações onde são armazenados os produtos químicos usados no tratamento da água são estocados juntamente com latas de tinta e roupas de proteção. “Esses produtos deveriam estar guardados em outro local. Além do armazenamento estar incorreto, o local é úmido e mal ventilado. A concessionária deve rever o procedimento para que não haja problemas”, ressaltou.
Outro ponto negativo chamou a atenção do parlamentar. A ETA de Pedro do Rio despeja resíduos de material orgânico no rio, já que a retrolavagem não utiliza filtro. Todo o produto químico excedente é jogado nos rios da região, o que constitui crime ambiental. “A concessionária deveria se preocupar em não devolver o lixo para o meio ambiente. Esse procedimento é falho e deve ser revisto com a máxima urgência”, afirmou Damaceno.
Outro fator de preocupação foram os testes realizados pelos técnicos das Comissões. Todos eles apontaram uma baixa concentração de cloro e de flúor na água tratada pela Águas do Imperador. Enquanto a concentração adequada fica em torno de 1 a 2% para ambas as substâncias, a análise realizada apontou a concentração de 0.6% de cloro e de 0.3% de flúor. "Com este resultado, não podemos garantir que a água consumida pelos moradores de Pedro do Rio seja potável. A baixa concentração de cloro permite que a água contenha impurezas que podem gerar danos a saúde do consumidor", salientou Átila Nunes. Ele também constatou que na Estação de Tratamento, as instalações internas dos decantadores estão sujas e precárias e os módulos de decantação estão caindo.
Damaceno também pode atestar juntamente com os técnicos das Comissões de Saúde e Meio Ambiente que a maneira para se dosar a quantidade de produtos químicos, como o sulfato de sódio e o cal-hidratato, feitas no tratamento da água, está errada. “Isso pode acarretar problemas de saúde na população, se houver um exagero na quantidade de produtos químicos colocados na água, principalmente sulfato de alumínio”, observou.
Além de todos os problemas detectados, um em especial, intrigou o deputado Átila Nunes. Relatórios emitidos diariamente pela própria concessionária informam que a ETA Pedro Rio é abastecida por dois mananciais. Um que fica a aproximadamente 2 km da estação e o outro que fica a apenas alguns metros. A principal diferença entre os dois mananciais é o volume de água captado e a turbidez da água, ou seja, o seu grau de limpidez. No primeiro manancial a turbidez é de 0.3, já no segundo é de 11.

"O fato que me intrigou foi à razão pela qual, apenas hoje, dia em que a ETA foi fiscalização, a estação estava sendo abastecida apenas por um dois mananciais, e exatamente, por aquele que possui uma água mais impura. O que nos leva a acreditar que um dos mananciais pode estar contaminado. Mas só uma inspeção mais detalhada pode avaliar isso”, conclui o deputado.
Para Damaceno, é inadiável uma imediata vistoria nas demais estações de tratamento da Águas do Imperador que abastecem Petrópolis. “Se num distrito como Pedro do Rio sua população corre o risco de estar sendo abastecida por água praticamente sem cloro, imagino o que pode estar ocorrendo no restante do município. Somos 300 mil petropolitanos pagando tarifas altíssimas por uma água que teoricamente deveria ser tratada. E a conclusão que os técnicos chegaram é que ela chega às bicas das residências de Pedro do Rio sem tratamento adequado”, completou.

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