Evento, organizado pela UCP e a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, será realizado neste sábado
Alguns dos principais especialistas do país na área de medicina esportiva vão subir a serra neste sábado, dia 20 de junho, para participar do I Simpósio de Medicina do Exercício e do Esporte. O evento, organizado pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP) e a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, será realizado em um dos campi da Universidade, na Rua Benjamin Constant, 213, no Centro. Segundo José Kawazoe Lazzoli, integrante do comitê organizador do simpósio, a idéia é reunir na cidade estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Educação Física e Fisioterapia, além de interessados no tema. Confira, abaixo, o que ele diz sobre o evento.
Porque promover um seminário para debater a medicina esportiva?
A Medicina do Exercício e do Esporte é uma especialidade em franco crescimento. É uma área muito abrangente, que engloba desde o esporte de alto rendimento até o esporte para melhoria da saúde.
Do que estamos falando exatamente?
A Medicina do Exercício e do Esporte pode, por exemplo, auxiliar atletas de todos os níveis a conseguir melhorar o seu desempenho, assegurando a manutenção de sua saúde. Por outro lado, pode também trabalhar com pessoas aparentemente saudáveis, que querem utilizar o exercício físico apenas para melhorar e manter a sua saúde. No caso de pessoas portadoras de doenças crônicas (como hipertensão arterial, diabetes e doença coronariana), essa especialidade também pode ajudar. Costumamos dizer que o exercício físico é um instrumento que pode servir para prevenção, para diagnóstico (no caso do teste de esforço) e também como coadjuvante no tratamento de muitas doenças.
O que mudou nos últimos anos nessa área?
A Medicina do Esporte é uma especialidade antiga. Para citar alguns exemplos, há relatos de programas de exercícios na antiga China (2.500 a.C.) para a promoção da saúde. O primeiro relato escrito do uso clínico do exercício vem da Índia (em 1.550 a.C.), onde um médico utilizava o exercício para ajudar no tratamento de diabéticos. A Federação Internacional de Medicina do Esporte foi fundada em 1928, sendo uma das primeiras sociedades internacionais de especialidade médica. Em 1962 veio a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Há 15 ou 20 anos, a Medicina do Esporte se dedicava quase que exclusivamente ao atleta de alto rendimento, mas, a partir da década de 80, quando surgiram evidências científicas mais sólidas demonstrando a utilidade clínica do exercício físico, a Medicina do Exercício e do Esporte passou a utilizar essas informações para aprimorar a saúde também do cidadão comum.
Hoje, os atletas de alto rendimento têm na medicina esportiva uma aliada. Técnicas e tratamentos ajudam no crescimento dos esportistas e têm contribuído de forma significativa para os resultados. Como, de fato, essa especialidade pode ajudar?
Para o atleta de alto rendimento, a Medicina do Esporte pode auxiliar proporcionando uma “Avaliação clínica pré-participação desportiva” mais aprimorada, de forma a proporcionar o máximo de desempenho com o mínimo de risco. Também é possível ajudar com novas técnicas de treinamento e nutrição desportiva, com técnicas para prevenção de lesões e, caso ocorram, com técnicas para uma reabilitação mais eficiente. Temos que lembrar que o atleta de alto rendimento tem no esporte a sua atividade profissional. O especialista precisa ter experiência para saber o que fazer em cada caso: não criar restrições desnecessárias para um atleta, diante de um problema de saúde, ou evitar liberá-lo para a sua atividade, se isso resultar em risco de lesões ou de morte súbita.
Como o sr. avalia o Brasil nessa área?
Eu diria que o Brasil está muito bem. Vários dos especialistas brasileiros são reconhecidos internacionalmente. O Brasil teve por oito anos um médico que presidiu a entidade máxima da especialidade em nível internacional (Dr. Eduardo De Rose foi Presidente da Federação Internacional de Medicina do Esporte). Temos brasileiros na Diretoria da Confederação Panamericana de Medicina do Esporte (eu, José Kawazoe Lazzoli), e na Diretoria da Confederação Sul-Americana de Medicina do Esporte (Dr. Félix Drummond, de Porto Alegre).
Qual é o público-alvo do evento?
Estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Educação Física e Fisioterapia, enfim, profissionais que trabalhem ou pretendam trabalhar com pessoas que pratiquem exercício físico ou esporte competitivo.
Fale um pouco sobre a programação do evento
A programação é muito rica. Haverá debates sobre Avaliação do Atleta de Alto Rendimento. Isso inclui Avaliação Funcional, Avaliação Psicológica e também Avaliação Clínica Pré-Participação. Também falaremos sobre Lesões em Atletas e Praticantes de Exercícios. O Dr. Arnaldo Hernandez (SP), ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, dará uma conferência sobre o papel da atividade física na osteoartrose; e o Dr. Ricardo Nahas (SP), Diretor Científico da SBME, sobre as estratégias para prevenção das lesões desportivas. O Dr. Samir Daher (SP), Secretário Geral da SBME, dará uma conferência sobre as características ideais do calçado desportivo e o Dr. Jomar Souza (BA), Presidente eleito da SBME, falará sobre os aspectos médicos do mergulho autônomo. O Dr. Marcos Brazão (RJ), ex-Presidente da SBME, dará uma conferência sobre as doenças do músculo cardíaco em atletas e eu (Dr. José Kawazoe Lazzoli), atual Presidente da SBME, proferirei uma conferência sobre Prevenção da Morte Súbita no Exercício e no Esporte. Também teremos uma Mesa-Redonda sobre O Exercício no Tratamento das Doenças Cardiovasculares, com a participação do Dr. Daniel Kopiler, atual Vice-Presidente da Sociedade de Medicina do Esporte do Rio de Janeiro, do Dr. Marcelo Leitão (PR), presidente da Sociedade Paranaense de Medicina do Esporte, e do Dr. José Antonio Caldas, atual Presidente da Sociedade de Medicina do Esporte do Rio de Janeiro.
Como é possível se inscrever?
Todas as informações sobre o evento, incluindo a programação completa e a ficha de inscrição, estão disponíveis no site da UCP, www.ucp.br. Informações também pelo telefone (24) 2244-4004 ou 2244-4005.
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