As políticas públicas voltadas para os moradores do Vale do Cuiabá foram apresentadas pelo prefeito eleito Rubens Bomtempo em reunião realizada na última terça-feira no auditório da Firjan para os integrantes da Frente Pró-Petrópolis, movimento composto por representantes da sociedade civil. O grupo, criado meses depois da tragédia das chuvas de 2011 que matou 73 pessoas no Vale do Cuiabá e adjacências, estava confiante nas propostas apresentadas por Bomtempo em benefício da região.
A questão habitacional do município e a atualização do Código de Obras, que ainda é de 1976, também foram discutidos no encontro. Philippe Guedon, presidente executivo da FPP, abriu a reunião falando sobre o Plano Diretor, que, segundo Bomtempo, aguarda aprovação da Câmara Municipal desde 2007. “O grupo foi criado após a tragédia do Vale do Cuiabá, o que tornou ainda mais evidente a necessidade de se trabalhar com planejamento, seguindo as exigências de um Plano Diretor,” disse Guedon.
Segundo Bomtempo, a aprovação do Plano Diretor será uma das prioridades do início de seu governo. “Na verdade, enviamos o documento para a Câmara Municipal em 2007 e hoje, cinco anos depois, ainda não foi aprovado, tendo sido devolvido ao atual governo municipal em 2009. Desde então, foram inúmeras idas e vindas, do Legislativo para o Executivo, sem que houvesse uma votação”, explica Bomtempo, complementando: “Vamos trabalhar para que o Plano Diretor seja votado e, se for necessário, faremos as revisões. A reforma do Código de Obras também é extremamente necessária," salienta.
Durante o encontro, Bomtempo respondeu perguntas de integrantes do grupo, que comemorou a decisão do prefeito eleito de criar uma secretaria extraordinária para a recuperação e revitalização do Vale do Cuiabá. “Li o plano de governo e passei para outros moradores. Ficamos exultantes com a criação da secretaria e temos certeza que será um sucesso”, disse Fernando Cruz, morador daquela região. O advogado Carlos Alvarans, representando a Ordem dos Advogados do Brasil, também se mostrou favorável à medida.
O engenheiro florestal e ambientalista Rolf Durienger, disse que a mobilidade urbana está entre os três principais problemas dos distritos. “Mas as questões sociais no Vale do Cuiabá são provocadas pela falta de uma política habitacional”, disse. Para Maria Helena Arrochelas, por exemplo, uma das principais metas precisa estar voltada para as questões habitacionais. “Acredito que a fiscalização referente às construções irregulares precisa ser mais firme. Porém, não basta proibir, e sim apresentar alternativas. A habitação como um todo gera reflexos na saúde e outros setores”, destaca a diretora do Centro Alceu Amoroso Lima.
Além de assuntos referentes ao Vale do Cuiabá, o conselheiro da Representação Regional da Firjan, Gastão Reis, também destacou um estudo desenvolvido pela instituição sobre indústrias criativas. “Nos surpreendemos quando percebemos que Petrópolis tem uma indústria criativa de peso, principalmente na área de TI”, revelou.
Aldemir Mota, do Conselho do Meio Ambiente, falou sobre a importância do governo municipal se empenhar e trazer para Petrópolis uma Unidade de Policiamento Ambiental – UPAM e pediu que, ao contrário do que vem acontecendo agora, representantes dos variados conselhos existentes na cidade sejam recebidos.
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