sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mustrangi desmente afirmação do diretor do LNCC

Estações Meteorológicas ainda estavam em teste e necessitavam da montagem de um Centro Operacional fora do LNCC


O prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi, afirmou nesta quinta-feira (20) que o município não desativou nenhuma Estação Meteorológica instalada no município, já que estas nunca entraram oficialmente em operação. O sistema funcionou apenas em caráter de teste durante três meses.

“Não são verdadeiras as informações do diretor do LNCC, Pedro Dias. Um detalhe que deve ser esclarecido é que, quando assumimos o governo, encontramos a maioria do material das estações ainda empacotado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), fora de funcionamento, apesar das verbas das estações terem começado a ser liberadas em 2004 por parte da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O diretor disse à imprensa que desativamos os serviços, mas quem desativou o sistema foi o LNCC, que fez os testes até o segundo semestre do ano passado, mas não quis continuar com o serviço sem a liberação de verbas por parte do município e governo do estado. Na realidade, ainda ficou faltando a segunda etapa deste processo, ou seja, a montagem do Centro Operacional, com a instalação de equipamentos e técnicos. O LNCC estava fazendo este trabalho de envio de informações com os computadores e infraestrutura do próprio laboratório. Existem outras formas do LNCC lutar por verbas junto ao governo federal. Durante uma reunião registrada em ata pela diretoria do LNCC, realizada no Rio, eles mesmos apontaram que o município não teria como arcar com todo o sistema sozinho. Falar na imprensa que um serviço ainda não completo, ainda fora de operação, foi desativado por nós, foi de uma covardia extrema com nossa cidade neste momento de tragédia”, desabafou o prefeito.

Mustrangi frisou também que viabilizou toda logística para que as estações começassem a operar a partir do momento em que tomou posse no governo municipal. “Tão logo que assumi a Prefeitura, demos todo o apoio logístico para a instalação dessas estações. Começamos a realizar os testes no meio do ano passado. Em outubro, a diretoria do LNCC procurou a Prefeitura para dizer que o segundo passo para operação do sistema, a montagem do Centro Operacional e todo o trabalho posterior custaria R$ 900 mil anuais. Ou seja, após esse trâmite, tínhamos que angariar recursos para que pudéssemos montar uma sala de operações, com a compra de equipamentos e contratarmos técnicos especializados para que o sistema fosse ativado. Só que não tínhamos como arcar com essa despesa sozinhos, o orçamento do município não comporta esse gasto. Conversei com o pessoal da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, mas como estávamos no final do ano, em período eleitoral, não houve condições para aprofundar o assunto. Ficou acertado que no início deste ano as negociações sobre recursos seriam retomadas. Por outro lado, o LNCC teria todas as condições de continuar com as operações (testes), enviando dados para o município até que a questão de recursos fosse resolvida, e não o fizeram. Agora querem culpar a Prefeitura pela negligência que cometeram, já que poderiam sim ter as informações necessárias para auxiliar a Defesa Civil do município e, conseqüentemente, a população”, afirmou o prefeito. Presidente do INEA também criticou diretor do LNCC

A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, em encontro na manhã de hoje com o prefeito Paulo Mustrangi, durante a assinatura do convênio entre o Governo do Estado e os municípios afetados pelas chuvas para a liberação do Aluguel Social, realizado em Teresópolis, também questionou as afirmações do presidente do LNCC.

“Uma declaração destas neste momento é absurda. Afirmar que a Prefeitura de Petrópolis desativou a estação, sem que sequer existia uma sala de operações preparada ou técnicos para trabalhar neste setor é um absurdo”.

Marilene Ramos também ressaltou que o LNCC recebeu da Secretaria de Meio Ambiente do Estado R$ 400 mil em 2004 e mais R$ 300 mil em 2007. sendo que a licitação e a compra do material aconteceu apenas em 2008.

“Toda a logística de instalação das estações foi completada somente em 2010. O LNCC deveria ter continuado operando até que a Prefeitura e os governos estadual ou até o governo federal tivessem capacidade para colocar o sistema em operação de maneira regular. Não entendo porque não o fizeram se estava tudo preparado na entidade”, questionou Marilene.

As estações

As estações meteorológicas são capacitadas com sensores que medem temperatura, vento e umidade do ar. Os pluviômetros e linígrafos são preparados para medir o nível dos rios. A partir dos dados levantados pelas estações, enviados diretamente para um Centro de Operações com técnicos capacitados para a leitura e análise das informações, estas são repassada para a Defesa Civil do município.

Vale ressaltar que o município de Petrópolis é o único do país a iniciar um projeto de instalação de equipamentos de prevenção. O projeto só poderá estar plenamente em operação quando o Centro de Operações foi instalado.

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