segunda-feira, 23 de novembro de 2009

POLO DE MODA DE PETRÓPOLIS PARTICIPA DA PESQUISA NACIONAL DAS MEDIDAS BRASILEIRAS

O Polo de Moda de Petrópolis será o primeiro do país a participar do projeto Body Scanner, uma pesquisa nacional que pretende decifrar as diferenças de biotipo da população – de norte a sul do Brasil. O objetivo é desenvolver padrões de modelagem que respeitem as diferenças regionais dos corpos e, acima de tudo, sejam feitas na medida brasileira.

A partir desta terça-feira, 24, quem passar pela rua Teresa poderá participar da pesquisa. O projeto é uma iniciativa do Senai/Cetiqt, que na Cidade Imperial, conta com a parceria do escritório regional do Sebrae/RJ, da Associação de Amigos e Empresários da Rua Teresa (Arte) e do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas e Chapéus de Senhoras de Petrópolis (Sindcon).

Em todo o país, dez mil voluntários deverão ter suas medidas registradas eletronicamente através de um equipamento importado, de alta tecnologia, que funciona como um grande scanner, mapeando as dimensões exatas dos corpos, de forma tridimensional.

Em Petrópolis, o aparelho foi instalado no primeiro andar do Centro de Moda e Serviços da Rua Teresa para captar medidas de mulheres e homens, de 18 até 65 anos. O Body Scanner funcionará de segunda a sábado, das 9h às 18h, até o próximo dia 20 de dezembro. As medições serão acompanhadas por técnicos do Senai Cetiqt. Os participantes terão acesso aos seus dados e ganharão brindes.

No Estado do Rio de Janeiro, a expectativa é escanear duas mil e quinhentas pessoas. Na fase inicial, foram realizadas medições com alunos e funcionários do próprio Centro de Tecnologia do Senai Cetiqt. Em seguida, a máquina foi usada para confeccionar uniformes personalizados para os jogadores do clube de regatas Vasco da Gama. A partir daí, foi iniciada uma pesquisa com 350 frequentadores de um shopping na Tijuca, no Rio de Janeiro. E antes de chegar a Petrópolis passou ainda pela Marinha do Brasil, onde foi utilizada para aprimorar a modelagem dos uniformes da corporação.


TECNOLOGIA EM FAVOR DO CONFORTO E DA BELEZA

Você entra na cabine de uma loja e experimenta uma, duas, cinco calças. Mas nenhuma tem o caimento perfeito. Se o ajuste fica bom na cintura, falta pano na perna e vice-versa. A situação é mais comum do que se pensa. E se você faz parte dessa lista, saiba que não é minoria.

O problema é a falta de padronização da modelagem no país. No Brasil, a maioria das grifes não segue a Norma NBR 13.377 - Medidas do Corpo Humano para Vestuário, Padrões Referenciais - da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), já que a adesão é voluntária. E mesmo as que seguem, não conseguem agradar em cheio os clientes. É que não existe um padrão adequado à realidade brasileira - fruto da mistura genética de brancos, índios e negros -, com fortes diferenças regionais.

Para acabar com esse dilema, a mais nova aliada da indústria da moda é um equipamento importado dos Estados Unidos, por US$ 120 mil, chamado de Body Scanner. Através de luzes especiais e 32 sensores, o equipamento capta as dimensões do corpo humano, transmitindo os dados para o computador. A máquina pode realizar com precisão a leitura de cem a 10 mil medidas detalhadas - muito além das medidas básicas utilizadas hoje, manualmente.

O procedimento dura apenas 60 segundos. Imediatamente, o modelo exato do voluntário aparece na tela, em forma tridimensional, criando uma espécie de avatar – nome usado na internet para a representação gráfica de cada usuário. Mas com uma grande vantagem: neste caso, a imagem reproduz as medidas exatas do corpo escaneado.

Pelo menos dez mil homens e mulheres de todo o país servirão de modelo para os novos padrões nacionais. As medidas deles vão ajudar a criar bancos de dados segmentados, para que as empresas possam desenvolver seus produtos de acordo com o público alvo.

A máquina tem a aparência de um provador. Cada voluntário tem apenas que entrar na cabine, vestindo as roupas íntimas descartáveis, fornecidas pela equipe de pesquisa, e permanecer na posição indicada por um minuto. Tempo necessário para que essa espécie de alfaiate virtual capte todas as medidas do corpo.

MUDANÇAS DE PADRÃO NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS

Experiências semelhantes realizadas na Europa e nos Estados Unidos revelaram que os padrões utilizados por eles, também estavam fora de sintonia com a realidade.

No Reino Unido, a pesquisa revelou que era necessário criar novos tamanhos. A população estava mais alta e gorda do que previam as modelagens baseadas em medidas feitas na década de 1950. Lojas de departamento, como a Selfridges, em Londres, e a grife Levi’s já utilizam versões do scanner humano para definir com precisão a forma exata do corpo do cliente.

Nos Estados Unidos, o estudo também mostrou que os norte-americanos têm crescido para cima e para os lados – mais em peso até do que em altura. Na Alemanha, a pesquisa levou à criação de cinco biotipos masculinos e três femininos.

A iniciativa facilita o trabalho do estilista no desenvolvimento das coleções no computador, já que o padrão passa a ser tridimensional. E, no futuro, ampliará o comércio de roupas pela internet, possibilitando que as pessoas possam “experimentar” os produtos em seus modelos virtuais (avatares).

Outro benefício do projeto é a redução do volume de encalhe, hoje muito associado às modelagens que já não encontram correspondentes na vida real. “Além de evitar prejuízos desnecessários, a padronização permitirá, que o Brasil participe do mercado internacional com reais condições de competitividade”, avalia a gerente regional do Sebrae/RJ, Jaqueline Baptista.

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