terça-feira, 1 de setembro de 2009

TRIBO DE GONZAGA E CESAR NASCIMENTO



Autor de clássicos que foram gravados por artistas tão diferentes quanto Chico Buarque, Maria Bethania, Tom Jobim, Nara Leão, Dolores Durán, Clara Nunes, Cássia Eller ou Tim Maia, o poeta popular maranhense João do Vale será homenageado no domingo dia 6 de setembro (véspera de feriado) num show conjunto da banda petropolitana Tribo de Gonzaga e do compositor e cantor Cesar Nascimento. Será a partir das 20h no espaço Sandra's, na Avenida Tirandentes 70, próximo à Catedral, onde a Tribo de Gonzaga já faz toda semana a domingueira mais animada de Petrópolis.


Artista intimamente ligado à cena cultural maranhense, mas radicado em Petrópolis há 5 anos, César Nascimento acaba de retornar de uma temporada no Nordeste, onde gravou seu primeiro DVD, Ilha Magnética, e constatou que fora do eixo Rio-SP continua mais viva do que nunca a obra de João do Vale - um daqueles compositores cujas criações moram no inconsciente coletivo dos brasileiros, embora a maioria pouco sabe sobre seu autor. A apresentação conjunta da Tribo de Gonzaga e de César Nascimento repete o bem sucedido encontro entre ambos ocorrido em março passado no Teatro Dom Pedro - só que desta vez com o repertório centrado na obra do autor de músicas como Carcará (gravada por Betânia e Chico Buarque), Pisa na fulô (por Alceu Valença), Coroné Antonio Bento (por Cássia Eller, Tim Maia e Seu Jorge), entre outras.


João Batista Vale veio para o Rio de Janeiro com 17 anos, enturmando-se com os compositores populares que gravitavam em torno do Zicartola, a mítica casa noturna mantida por Cartola e dona Zica. Ganhou notoriedade nacional em 1965, quando compôs parte da trilha sonora e trabalhou como ator no show Opinião, de Vianinha e Paulo Pontes, o espetáculo teatral que ficou célebre por duas razões: lançou nacionalmente a cantora Maria Betânia e foi a primeira grande manifestação artística a protestar contra a ditadura militar que então se instalava no país.


O sucesso estrondoso de Carcará, uma das primeiras canções de protesto da época, trouxe-lhe a fama, mas também a perseguição política: numerosas canções suas foram censuradas pela ditadura, dificultando as gravações e fazendo com que ele buscasse outros meios de sobrevivência fora dos discos, principalmente apresentando-se em show no circuito universitário. Só foi reabilitado em 1985, quando Chico Buarque produziu um primeiro disco-tributo a João do Vale, no qual cantaram as principais estrelas da MPB de então. Morreu em 1996, no Rio, e foi enterrado em Pedreiras, sua cidade natal, ao som de 5 mil vozes que entoaram um de seus grandes sucessos: "Pisa na fulô, pisa na fulô, pisa na fulô mas não maltrate o meu amô".


Valor do ingresso:
Preços da lista amiga, para nomes postados na comunidade “Tribo de Gonzaga”do Orkut até às 16h, do dia do evento: R$ 5 até 20h30min, R$ 8 depois e R$ 10 para quem não colocar o nome na lista.

Informações: (24) 2244.7394

Foto: Thiago Terres

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