“ESTADOS DE ESPÍRITO” POR NELSON FEITOSA JR

"Bom humor, mau humor, apressado, calmo, atencioso, grosseiro, nervoso, aquele que presta atenção, o que está sempre no mundo da lua; o que te olha de frente, olho no olho, aquele que nunca encara a pessoa, sempre olhando para os lados, ou para cima ou para baixo; o que te ouve numa conversa, aquele que sempre interrompe e quer falar o tempo todo. O que exige ser o centro das atenções, aquele que sabe esperar a oportunidade, a sua vez de falar ou expressar uma opinião. O que é um líder nato, aquele que aprendeu a ser. Pergunta: As pessoas já nascem com suas características ou as incorporam com o seu crescimento, com seu esforço? “Sou assim mesmo e não vou mudar nunca” ou “Pau que nasce torto não endireita jamais...” ou “Se eu quiser posso mudar da água para o vinho” e “Eu era irascível, briguento, mau humorado; hoje sou calmo, tranquilo e a vida sorri para mim...” Pois então: Não podemos negar que nascemos com uma tendência de personalidade, burilada pelos familiares, pelo meio em que vivemos - “Diga-me com que andas que dir-te-ei que és...” - construída pelas facilidades ou dificuldades da vida que levamos ou sofremos. A discussão é antiga: Temos a capacidade de mudar, inclusive na nossa essência ou tudo isso é uma grande balela, uma conversa fiada e nascemos como somos e seremos eternamente os mesmos, com nossos defeitos e qualidades? Onde a verdade se encontra? Exemplos: José parece que nasceu sob uma conjunção de astros favoráveis. Nasceu de família pobre, mas esforçada. Estudou, formou-se em engenharia, entrou para firma de prestígio, galgou a cada ano de trabalho na empresa, posições importantes na sua hierarquia. Trabalhou em países estrangeiros, pela empresa, sempre demonstrando ótimo aproveitamento de trabalho, sempre com sucesso. Escolheu sua mulher a dedo, que se revelou esposa amorosa, companheira, sempre ao seu lado e dispor. Quis aposentar-se e não conseguiu: a firma implorou a sua permanência, oferecendo-lhe privilégios e vantagens irrecusáveis. Continuou a trabalhar. Hoje, como um dos chefes da sua firma, “trabalha, faz o que gosta e gosta do que faz”, vive tranquilo e satisfeito, tendo construído seu destino e sua felicidade. Mônica nasceu em família de classe média, gordinha, de parto normal. Cresceu e se tornou adolescente animada, cheia de amigos e colegas. Inteligente, comunicativa, era uma chamada líder nata. Sérios problemas entre os pais dela, tornou-se amarga e depressiva. Começou a cultivar um mau humor que começava pela manhã, ao acordar: “Vida de droga, para que vou levantar da cama?” Tinha dificuldades em arranjar namorado. Por que será? Sua personalidade vibrante foi se apequenando, tornando-se irritadiça, explosiva, sem paciência para os corriqueiros inconvenientes da vida do dia a dia. Resolveu mudar-se para outro estado, foi para o Sul maravilha. Antes, reclamava do povo e do clima de sua cidade, do seu estado. Agora, dizia que o pessoal do Sul era isso e aquilo, o clima muito frio no inverno e muito quente no verão. “Volte para sua terra” diziam os amigos e parentes e ela sempre arranjava uma desculpa para não voltar, teimando um permanecer na terra do Sul. Ficou tanto tempo lá, que perdeu o pique. Seus amigos no Sudeste, ela no Sul, isolada. O mau humor e o estado de espírito sempre pra baixo a tornaram cativa de uma vida infeliz, sem graça, uma desgraça. Resumo das duas estórias: O destino existe? Existe! Você pode fazer alguma coisa para melhorar seu estado de espírito, seu humor no dia a dia, sua personalidade? Claro que pode e deve! Nada acontece por acaso; cabe a você construir o seu caminho, a sua felicidade ou infelicidade, o sem bem estar ou manter maus bofes que ofendem a tudo e a todos. Opte por ser feliz, não cultive a sua própria desgraça. Dizem que dinheiro compra a felicidade. Mentira. Conheço gente cheia de grana que daria toda a sua fortuna por um dia sequer de sonhos alegres e capacidade para enxergar a vida com outros olhos, para sentir o aconchego de uma família onde o amor entre seus membros desabrocha em amor por todos em sua volta, para voltar a apreciar o perfume das flores e a beleza de todos os amores. Que o Amor do Pai celeste inunde o seu coração e o faça acreditar na sua capacidade de construir a sua felicidade".

Nelson Feitosa Jr
Médico Psicoterapeuta
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