Com certeza não são muitos os que sabem que em Petrópolis fica um dos mais conhecidos centros de pesquisa celular do Brasil, o Tecnópolis. Ele se denomina Excellion Petrópolis e fica bem junto ao hotel Quitandinha. Foi o primeiro laboratório do Brasil a receber licença para fazer medicina celular aplicada, ou seja, a buscar cura de certas doenças através do uso de células humanas. O Presidente e pesquisador mais conhecido chama-se Radovan Borojevic, um croata há muito radicado no Brasil.
Através de um convite feito por Frei Antônio Moser, que neste semestre está oferecendo o curso de Bioética, o célebre professor e pesquisador Radovan falou durante duas horas para nossos alunos. Ilustrando sua fala, mas ao mesmo tempo abrindo para perguntas sobre o uso de células tronco para terapias, ele simplesmente deixou os estudantes fascinados. É que a terapia genética parece ser algo de muito distante e na realidade já acontece bem pertinho de nós. No Excellion se consegue desenvolver pele humana, e regenerar vários órgãos.
Entre os destaques da presença do célebre pesquisador e autor de algumas centenas de trabalhos científicos, logo se manifestaram ao menos três. Primeiro, garante que cientificamente o momento da humanização coincide com o momento da fecundação. Curiosamente representantes de duas religiões, se colocam hoje de maneira diferente: judeus e muçulmanos. O segundo destaque é o de ele, ao longo de toda a exposição ter deixado claro que só trabalha com células adultas, pois células de embrião não servem para fins terapêuticos. O terceiro destaque foi o de haver deixado claro que não existe nenhuma incompatibilidade entre religião e ciência. Ele mesmo é de religião ortodoxa, e se sente plenamente à vontade para conduzir pesquisas em laboratório, tendo sempre presente que estas pesquisas e práticas só querem uma coisa: fazer o bem, buscando colaborar na cura de muitas doenças, não só de cunho genético, como também provindas de outras causas.
Texto: Frei Antônio Moser
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