A apresentação dos projetos das duas empresas chamou a atenção dos estudantes. Walter Gomes, gerente de Processos Químicos e Ensaios não Destrutivos da GE Celma, mostrou, com uma apresentação de 60 minutos, como a empresa trata das 600 toneladas de resíduos que produz por ano. O resíduo classificado como não perigoso (lixo comum, produtos feitos a base de celulose, sucata metálica e resíduos de peças de avião, que tem alto valor agregado) é vendido e estes recursos obtidos são revertidos para projetos sociais por meio da VOCE, organização que reúne voluntários da Celma. Só no ano passado, 70 instituições foram beneficiadas com investimentos que somaram R$ 132 mil.
"Nosso trabalho voluntário tem como objetivo garantir a sustentabilidade dessas instituições. Se um orfanato precisa de uma cozinha nova, por exemplo, financiamos a obra e garantimos a ela condições de higiene e espaço necessário para o preparo da alimentação", explica. A empresa também doa mobiliário e computadores sem uso na empresa para montagem de mini-biliotecas e até laboratórios de informática para utilização de quem precisa. "Geramos muito resíduo. São 1,5 mil pessoas circulando pela empresa todos os dias em três turnos de trabalho. Temos como desafio garantir que esses resíduos, que iriam para o lixo comum, aterro sanitário ou meio ambiente, sejam aproveitados de alguma forma", justifica Walter.
Na empresa, até os resíduos considerados perigosos são reaproveitados. "A maior parte desse material - 98% do total gerado - é utilizado como matéria prima para geração de energia e na composição química do cimento, em indústrias cimenteiras. O restante - 2% - é acondicionado em aterros sanitários classificados de acordo com a legislação ambiental", esclarece.
Aalborg investe em produtos verdes
O gerente do Departamento de Garantia de Qualidade da Aalborg Industries S.A., Casimiro Siems Gonçalves Forte, mostrou os aspectos ambientais dos produtos da empresa, o que inclui três itens classificados internamente como Produtos Verdes. "São produtos fabricados por nós que atendem à legislação ambiental. Temos a caldeira FAM, que utiliza diferentes materiais de fontes renováveis; os coletores de pó, que, colocados nos pontos de saída dos gases de queima das caldeiras, reduzem significativamente as partículas lançadas na atmosfera; e os lavadores de gases, que, também instalados nos pontos de saída dos gases, reduzem percentuais de elementos nocivos. Estão entre nossos projetos de responsabilidade social", explica.
Casimiro Forte lembrou também que o Programa de Responsabilidade Social da empresa está baseado na SA 8000, versão 2001, norma internacional que tem como objetivo melhorar as condições globais dos locais de trabalho. A norma é baseada nos princípios de 11 convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. "Somos comprometidos com o cumprimento das questões sociais. Consideramos esse compromisso uma estratégia de crescimento e criação de valor", justifica.
Segundo o gerente, a certificação da empresa segundo a norma internacional foi conquistada em 2008. "A certificação foi fruto de nosso interesse no fornecimento de caldeiras para a Petrobras. A empresa exigia o atendimento aos requisitos desta norma, mas percebemos que poderíamos ir além. Os valores estipulados pela empresa, como respeito à diferenças culturais e religiosas, e nosso esforço para termos comportamento moral e ético, estavam em consonância com as regras. Por isso, mais do que cumprir a legislação, buscamos, e conquistamos, a certificação", destaca.
Hoje, no mundo, existem 1874 empresas de 67 segmentos diferentes, espalhados por 66 países, desenvolvendo trabalhos sociais seguindo as normas da SA 8000. O Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos países com mais projetos - eram 94 em setembro de 2008 - atrás apenas da Itália, Índia e China.
Nenhum comentário:
Postar um comentário