As baixas temperaturas do inverno são apontadas como umas das principais responsáveis pelo aumento do sedentarismo durante esse período. E não há como negar que é quase impossível sair em meio ao frio de menos de 10 graus, ir até a academia, trocar de roupa e ainda fazer exercícios quando as articulações geladas chegam a quase doer. Mas os especialistas alertam que parar de praticar exercícios na estação mais fria do ano é uma atitude errada, que prejudica o resultado obtido com os treinos no restante do ano e ainda pode trazer problemas de saúde.
A professora de Educação Física da Academia Locatelli e responsável pela área de ginásticas coletivas, Cristiane Fogel, explica que o ideal é manter a assiduidade dos exercícios e, assim, evitar a perda da capacidade muscular. “As interrupções podem levar ao destreinamento e até a sérias lesões”, explica ela. Segundo profissionais, a força muscular e a resistência aeróbia são perdidas em pouco tempo e a adaptação é mais difícil e lenta na hora de voltar à malhação. Além disso, eles garantem que falta de atividade física causa a perda de elasticidade, baixa liberação de endorfina - fazendo com que se sinta um mal-estar - dores no corpo, sono irregular, além de a postura também ser comprometida.
Além da preguiça, outro grande inimigo do inverno, quando o assunto é exercício físico, são as muitas roupas que escondem todo o corpo. Não é segredo para ninguém que grande parte das pessoas que procura uma academia visa estar em forma para exibir as curvas perfeitas no verão e, por isso, acham que precisam procurar as atividades somente três meses antes da estação. Mas, o que muitos não sabem, é que o inverno é a hora certa de começar a se exercitar. “O corpo possui memória que é ativada através de estímulos constantes. Por isso, se os exercícios forem realizados de forma regular durante todo o ano, o resultado será muito mais positivo quando o verão chegar”, afirma a professora, lembrando que, quem começa a praticar exercícios no inverno tem um período mais longo para chegar à forma desejada, sem exagerar nos treinos e sem correr riscos de lesões por esforço excessivo.
"Dizemos aos alunos que eles podem, sim, intensificar os exercícios no inverno, mas sempre respeitando seus limites, visando o bem estar e melhoria da saúde -, afirma Cristiane. Segundo ela, não só a academia pode e deve fazer parte do dia-a-dia, mas também as corridas e caminhadas. “Treinar na rua durante o frio pode, porém, devem ser tomados cuidados adicionais como fazer exercícios de aquecimento, utilizar vestuário adequado e, acima de tudo, avaliar a viabilidade do clima para o desempenho da atividade”, completa.
De acordo com a professora da Locatelli, o aquecimento é indispensável antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, principalmente no inverno, isso porque a temperatura ambiente está mais baixa, provocando o encurtamento da musculatura e podendo causar lesões durante os exercícios. “O aquecimento deve ser feito ainda com casacos e roupas mais quentes. Mas quando já estiver aquecido, deve-se deixar os tecidos mais pesados de lado, pois eles podem superaquecer o corpo durante o exercício, levando à desidratação”, explica a profissional. “Ao terminar, o aluno precisa trocar rapidamente a roupa suada por uma seca e se proteger novamente com agasalhos”.
Outro cuidado importante e esquecido quando o clima está frio, segundo os profissionais, é a hidratação constante. “No frio, a sensação de sede é menor, mas a desidratação é praticamente a mesma com a prática do exercício, portanto é importante estar sempre com uma garrafinha de água durante o treino”, aconselha Cristiane.
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