Domingo, dia 2 de junho, a partir das 20h (horário especial de abertura), o Tamboatá, casa de shows mais badalada Itaipava, recebe o samba especial de Mumuzinho para aquecer a semana que começa. Antes e após o show a pista é do DJ Vinicius Magalhães com o suporte do VJ Angelo Scali.
Aos 28 anos, o jovem Márcio da Costa Batista, o Mumuzinho, já acumula uma grande bagagem artística. Já tocou em bares, participou de filmes como "Tropa de Elite" e "Cidade de Deus", encantou Regina Casé com suas imitações de artistas famosos, e conquistou Zeca Pagodinho e Dudu Nobre pelo seu talento natural de sambista. Os três podem ser considerados padrinhos do cantor em seu primeiro disco, "Dom de sonhar", que ele acaba de lançar.
Zeca, que há 15 anos apresentou Dudu Nobre como seu herdeiro musical - e acertou em cheio - repete a dose com Mumuzinho. Já Dudu passa o bastão para jovem de Magalhães Bastos, que telefonava para ele mostrando canções e pedindo pares de tênis usados. E Regina emprestou o "picadeiro" do programa "Esquenta" para ele exercer os seus vários talentos e seu carisma super carioca.
E com o palco aberto, ele teve a oportunidade de mostrar seu poder de intérprete em sambas que já ganharam as rádios como os românticos "Mande um sinal" e "Curto-circuito", que surge com um belo arranjo e o piano acústico de Jota Moraes. "Meu amor, esse amor que balança você/ Faz a cuca girar, faz o corpo tremer/ É um curto-circuito aqui dentro de mim/ Que explode no peito quando eu tô a fim". Na banda, as participações de Mauro Diniz no cavaquinho, Thiago Silva no banjo, e do trio percussivo formado por Miudinho, Nenê Brown e Bruno Cardoso, que ajudam muito no suingue gostoso do show.
A mesma alma popular também está presente em "Baratinar", que narra um encontro desses que acontecem na vida de qualquer um de nós. O amor do cidadão comum, que pode surgir em qualquer beco, bar ou viela da cidade. A letra de Claudemir, Mario Cleide e Rosana Silva vai fundo, sem rodeios: "Um metro e sessenta e seis/ Olhos negros desconcertantes/ Queimada de sol, talvez/ No sorriso, um diamante/ Do nada o papo fluiu".
A interpretação de Mumuzinho flerta com alguma de suas referências como o cantor Belo e seu samba romântico. E um mestre dessa percepção é Jota Moraes, o Jotinha, que por sinal, assina quase todos os arranjos do disco, exceto as faixas "Transpirando amor", com arranjo do baixista Boris, e "É tudo improvisado", de Alessandro Cardozo, o grande cavaquinista da nova geração do samba.
Nessa levada surgem "Te amo", de compositores contemporâneos como Carlos Caetano e Adriano Ribeiro, outro sambista que despontou recentemente, e "Estonteante": "Difícil é me cansar de ouvir a rouquidão da sua voz/ Jogando charme pelo ar".
Mas sambista que é sambista não se restringe apenas ao repertório romântico, tem sempre o bicho do partido alto, do samba versado na veia. E "É tudo improvisado" não fica a dever à melhor produção do gênero. O samba de Claudemir é uma pérola: "Cerveja chama outra cerveja/ Um samba chama outro e não dá pra parar/ Trabalho de segunda a sexta, tenho uma família para sustentar/ Eu gosto é de um bom tira-gosto/ De um bate-papo com a rapaziada/ Mas o samba tá na veia/ E o que me contagia é o som da batucada". Quem rola pelas rodas de samba do Rio de Janeiro, do Pagode do Arlindo ao Candongueiro, em Pendotiba; do Pagode da Doca às rodas do Clube Renascença sabe que esse é o espírito da coisa.
"Calma" segue essa linha malandreada. Dessa vez é o malandro que chega tarde em casa com uma desculpa pra lá de esfarrapada: "Calma, se não você acorda toda vizinhança/ É que o cara aí do lado tem criança/ Você não vê que é muito tarde pra brigar?/ Quero entender por que você não se acalma.../ Só cheguei tarde porque o carro deu problema/ Eu enguicei ali pertinho de Ipanema/ Meu Deus do céu, como o reboque demorou".
"Dono do morro" traz a dura realidade da violência urbana, do bandido assumindo o papel de juiz, de todo poderoso diante da população, a barbárie de hoje que "amanhã de manhã vai estar na TV, nos jornais e também nas revistas".
Mas, à frente das várias facetas do artista, está mesmo o intérprete afinadíssimo, de uma boa divisão rítmica e um suingue envolvente. Além de um repertório afinado com sua verve romântica. E canções como "Se eu tivesse o poder", "Dom de sonhar", "O tempo é mistério", "Receita de amor" afirmam ainda o seu talento. Coroando esse Cd de estréia, Mumuzinho nos presenteia com uma ótima regravação do sambão "Minha rainha", clássico da maranhense Rita Ribeiro e Lourenço. Mesmo depois de tantas e boas gravações, a versão do sambista traz um novo frescor.
Tudo isso e muito mais é o que Tamboatá vai proporcionar a partir de fevereiro nas noites de domingo, que prometem ser a grande pedida para o encerramento do fim de semana da Serra Carioca. E para agitar a pista antes e após o show os residentes DJ Vinicius Magalhães e o VJ Ângelo Scali.
O Tamboatá tem a censura de 18 anos. O ingresso do 1º. lote na pista feminina custa R$ 15,00 (quinze reais) e na pista masculina R$ 20,00 (vinte reais). No camarote feminino o ingresso sai por R$ 30,00 (trinta reais), e no masculino a R$ 40,00 (quarenta reais). Os ingressos antecipados podem ser adquiridos no Tamboatá (Cool Produções), na loja Santa Lolla - Rua 16 de Março, 327 – Centro/Petrópolis, Lumman Calçados - Rua Barão do Rio Branco, 303 - Três Rios e na Zoar Turismo & Eventos - Av. Graça Aranha, 81 – sala 613 - Centro/Rio de Janeiro. Venda online: www.ingressomais.com.br. Reservas de mesas e lounges podem ser feitas através do e-mail atendimento@tamboata.com.br ou pelo telefone (24) 2222-5007.O Tamboatá fica na Estrada União e Indústria, 12.360 – Itaipava – Petrópolis/RJ.
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