A Comissão de Transporte Público e Mobilidade Urbana da Câmara Municipal realizou na manhã dessa quinta-feira (19/9), na Sala das Comissões, uma reunião com a finalidade de discutir assuntos diversos sobre o transporte público em Petrópolis. Convocados, os diretores das cinco empresas que operam o transporte público no município não compareceram ao encontro, mas foram representados pela assessora de marketing e comunicação do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), Carla Rivetti, que na medida do possível, respondeu aos questionamentos feitos pelos vereadores. O presidente da CPTRANS, Gilmar de Oliveira, também participou do encontro.
Pela Câmara, além do presidente da casa Paulo Igor (PMDB), estiveram presentes os vereadores membros da Comissão, Maurinho Branco (PTC), Reinaldo Meirelles (PTB) e Roni Medeiros (PTB), além dos vereadores Anderson Juliano (PT), Pastor Sebastião (PSC), Gilda Beatriz (PMDB) e Silmar Fortes (PMDB). Os temas que dominaram o encontro foram a questão da transparência na divulgação das planilhas de custo, com base na qual se define o preço das passagens em Petrópolis, e as constantes reclamações dos usuários com relação à má qualidade nos serviços oferecidos, com constantes faltas e atrasos nos horários.
Paulo Igor disse que a Câmara tem sido muito cobrada pelos usuários do transporte público, e por isso resolveu em comum acordo com a Comissão de Transporte Público da Casa cobrar explicações por parte da Setranspetro, além de transmitir essas demandas a este sindicato de empresários. “Todos nós entendemos que são empresas privadas, que buscam ter lucro em suas atividades, mas não podemos nos esquecer que esse é um serviço público concedido, no qual o benefício do usuário deve estar sempre em primeiro plano”, destacou o vereador.
Paulo Igor também cobrou mais transparência na divulgação das planilhas. “Existe um clamor da população pela maior transparência da divulgação dessas planilhas. O usuário quer saber se está pagando um preço justo e necessário pela passagem de ônibus”, ressaltou o presidente da Casa. Ele chegou a apresentar algumas reclamações recebidas pelo seu gabinete cobrando melhorias serviços por parte das empresas. Como exemplo, citou a linha 145, que liga a rodoviária ao bairro Mosela, que segundo informações não circula nos domingos e feriados.
A representante da Setranspetro esclareceu algumas dúvidas com relação à RioCard, empresa prestadora de serviço para o sistema petropolitano, que é detentora da tecnologia dos cartões eletrônicos de passagem. O vereador Anderson Juliano disse que esta empresa deveria disponibilizar mais postos de venda e recarga de cartões, como nos terminais de transbordo de Corrêas e Itaipava, além de disponibilizar postos de venda em bairros mais distantes, como a Posse, por exemplo.
Gilmar de Oliveira, presidente da CPTRANS, informou que hoje, na cidade, mais 50% dos bairros já são atendidos pela integração do sistema. Ele citou como exemplo a região do Brejal, na Posse, que foi beneficiada recentemente por este serviço. “Antes, os moradores do Brejal precisavam pagar duas passagens para chegar ao centro da cidade”, explicou.
Cobrado sobre a possibilidade de implantação do Bilhete Único na cidade, conforme indicação legislativa apresentada na semana passada pelo vereador Maurinho Branco na Câmara, o presidente da CPTRANS disse que a companhia possui estudos sobre o impacto que isso representaria na arrecadação na receita das empresas, girando em torno de R$ 400 mil por mês. “Isso precisa ser feito com muita cautela, para que não seja necessário onerar o preço das passagens. Além disso, o número de pessoas que fazem uso da integração é relativamente pequeno, girando em torno de 3% dos usuários do sistema”, garantiu Gilmar.
Muitos outros assuntos foram questionados pelos vereadores, como a aplicação do dinheiro da outorga recebido no pagamento do FGTS atrasado dos rodoviários, o aumento do número de linhas para os distritos nos horários de pico e durante a madrugada, as melhorias nos abrigos de passageiros dos pontos de ônibus e a ampliação das linhas interbairros.
Carla Rivetti garantiu que hoje há uma preocupação muito grande por parte dos empresários do transporte público em Petrópolis em oferecer atrativos aos usuários, pois as empresas hoje disputam mercado com outros setores, como o da venda crescente de motocicletas e até mesmo o do transporte irregular. “Antes a preocupação era apenas a de obedecer as regras estabelecidas pelo poder concedente. Hoje há uma disputa de mercado nesse setor”, finalizou.
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