terça-feira, 9 de março de 2010

ARMANDINHO NO TAMBOATÁ

O verso “quando Deus te desenhou / Ele estava namorando”, que trafegou nas rádios em 2006, sobe a serra e aterrisa no palco do Tamboatá nesta sexta (12/3), a partir das 23h. Nome atuante nas paradas do Rio Grande de Sul desde o início dos anos 2000, Armando Antonio Silveira da Silveira, o Armandinho, cantor e compositor experimentava pela primeira vez o reconhecimento nacional e reverberava entre bares, casas noturnas e jovens do Brasil.

O tempo passou, Armandinho lançou o CD Semente, em 2008, montou seu estúdio em nova casa, na aprazível Praia Brava (Santa Catarina), e resolveu trazer a prancha e o agito das marolas para o novíssimo CD, Volume 5. Para criar um som alto e energético, o músico misturou o rock e as guitarras de Jimi Hendrix à atmosfera regueira. Os dois meses que passou fuçando sua Fender Stratocaster – modelo 68, branca – foram responsáveis pela atual sonoridade. “Sentia falta de um som que me embalasse no surfe. Estava caindo numa vala de pop romântico e quis sair dela neste disco”, fala Armandinho.

Tá Todo Mundo Aí, faixa que abre o CD, chega como uma ventania a mil por hora. Coloca todo mundo para dançar e revela um refrão inspirado em Led Zeppelin e Black Crowes. “Como gravei todas as guitarras, inseri meu estilo mais visceral nas canções.” Desejos do Mar, uma das preferida do cantor, fala de religião afro, mexe no caldeirão do reggae e prega a mensagem positiva para os surfistas. É um estouro que deve colorir as rádios brasileiras. Assim como Amor de Primavera, que tem uma vibe Men at Work. “Teu beijo foi perfeito / Foi bem daquele jeito / Senti um tambor batendo no meu peito”, canta Armandinho.

A intrépida versão de Como Dois Animais de Alceu Valença ratifica a necessidade do cantor de abrir seu leque de experimentos dentro do reggae. “Um disco apenas com baladas de veraneio pode durar dois meses. Mas a minha realidade não é assim. O reggae pode ter essa intercessão com o rock, e vice-versa.”

Daquelas baladas de subir a fogueira é Não Temos Mais Tempo a Perder, que revela que dentro de arranjos simples e sem pretensões surgem ótimas ideias. Nosso Sexo, outro exemplo de uma canção romântica, é singela ao tratar de um assunto que nas mãos de Armandinho não descamba nunca para o explícito.

Em seu novo disco, Armandinho se reinventa tendo como fonte a própria carreira. Faz como os grandes, que olham pra frente sem esquecer o passado. A temporada de manobras radicais está aberta.

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